Carl Edward Sagan foi um cientista planetário, astrônomo, astrobiólogo, astrofísico, escritor, divulgador científico e ativista norte-americano.
Sagan é autor de mais de 600 publicações científicas e também de mais de vinte livros de ciência e ficção científica.
O universo não parece ser nem benevolente nem hostil, apenas indiferente às preocupações de criaturas tão insignificantes como nós.
Ter grande conhecimento não é a mesma coisa que ser inteligente; inteligência não é apenas informação, mas também critério, o modo como a informação é coordenada e utilizada.
Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer."
O caráter ou as crenças do cientista são irrelevantes; o que importa é se as provas confirmam suas afirmações. Os argumentos não contam simplesmente por serem de uma autoridade; muitas autoridades se enganaram com muita frequência.
Quem é mais humilde: o cientista que olha para o Universo com uma mente aberta e aceita aquilo que o Universo tem para nos ensinar, ou alguém que diz "tudo o que está neste livro deve ser considerado a verdade literal e esqueçam a falibilidade dos humanos que o escreveram"?
A ciência não só é compatível com a espiritualidade, mas também é uma fonte de espiritualidade profunda.
Em meio a toda essa vastidão do universo não há indício de que alguém virá de algum outro lugar para nos salvar de nós mesmos.
Se você quiser fazer uma torta de maçã a partir do zero, você deve primeiro inventar o Universo.
Conheço muitos adultos que ficam desconcertados quando as crianças pequenas fazem perguntas científicas. Por que a Lua é redonda? (...) "Como é que você queria que a Lua fosse, quadrada?" As crianças logo reconhecem que esse tipo de pergunta incomoda os adultos. Novas experiências semelhantes, e mais uma criança perde o interesse pela ciência. Por que os adultos têm de fingir onisciência diante de crianças de seis anos é algo que nunca vou compreender. O que há de errado em admitir que não sabemos alguma coisa? A nossa autoestima é assim tão frágil?
Ninguém pode ser inteiramente aberto a novas ideias ou completamente cético. Todos temos que traçar o limite em algum lugar.
Em nossa vida diária, incorporamos sem esforço e inconscientemente normas culturais que transformamos em coisas nossas.
É impressionante como as emoções podem se acirrar sobre uma questão a respeito da qual conhecemos de fato muito pouco.
Só confie numa testemunha quando ela fala de questões em que não se acham envolvidos nem o seu interesse próprio, nem as suas paixões, nem os seus preconceitos, nem o amor pelo maravilhoso.
Aqueles que têm alguma coisa para vender, aqueles que desejam influenciar a opinião pública, aqueles que estão no poder, diria um cético, têm um interesse pessoal em desencorajar o ceticismo.
A sedução do maravilhoso embota nossas faculdades críticas.
Como um terremoto que confunde a nossa confiança no próprio solo que estamos pisando, pode ser profundamente perturbador desafiar as nossas crenças habituais, fazer estremecer as doutrinas em que aprendemos a confiar.
('O mundo assombrado pelos demônios')
Eu adoraria acreditar que quando eu morrer, eu vou viver outra vez. Que alguma parte pensante, sensível e memorável de mim continuará. Mas por mais que eu queira acreditar nisso, e apesar de antigas tradições culturais mundiais falarem sobre vida após a morte eu não sei de nada que possa sugerir que isso é mais do que simplesmente pensamento positivo. O mundo é tão primoroso, com tanto amor e profundidade moral que não há razão para nos enganarmos com histórias bonitas para as quais existem poucas evidências boas. Parece muito melhor para mim, em nossa vulnerabilidade olhar a morte nos olhos. E ser grato todos os dia pela breve, mas magnífica oportunidade que a vida nos dá.
Tudo é uma questão de escala de tempo. Um evento inimaginável em uma centena de anos talvez seja inevitável em um milhão de anos.
A verdade pode ser intrigante. Pode dar algum trabalho lidar com ela. Pode ser contra-intuitiva. Ela pode contradizer preconceitos profundamente enraizados. Pode não se coadunar com o que queremos desesperadamente que seja verdade. Mas nossas preferências não determinam o que é verdade.
Frequentemente a imaginação nos transporta a mundos que nunca existiram, mas sem ela não vamos a parte alguma.
Se formos enganados por muito tempo, a nossa tendência é rejeitar qualquer evidência do logro. Já não nos interessamos em descobrir a verdade. O engano nos aprisionou.
Afirmativas extraordinárias exigem provas extraordinárias.
O método científico é comprovado e verdadeiro. Não é perfeito, é apenas o melhor que temos. Abandoná-lo, junto com seus protocolos céticos, é o caminho para uma idade das trevas.
Queremos buscar a verdade, não importa aonde ela nos leve. Mas para encontrá-la, precisaremos tanto de imaginação quanto de ceticismo. Não teremos medo de fazer especulações, mas teremos o cuidado de distinguir a especulação do fato.
Cada um de nós é, na perspectiva cósmica, precioso. Se um ser humano discorda de você, deixe-o viver. Em cem bilhões de galáxias, você não vai encontrar outro.
(Cosmos)
Eu não quero acreditar, eu quero conhecer.
Alegações extraordinárias exigem evidências extraordinárias.
Como as nossas paixões pelos esportes são tão profundas e tão amplamente distribuídas, é provável que façam parte de nosso hardware - não estão em nossos cérebros, mas em nossos genes.
Tanto o insignificante quanto o extraordinário são arquitetos do mundo natural.
A nossa geração tem que escolher o que ela valoriza mais: lucros de curto prazo ou habitabilidade de longo prazo no nosso lar planetário?
Saber muito não significa ser inteligente; a inteligência não é só informação, mas também julgamento, a maneira pela qual uma informação é coordenada e utilizada.
A ciência está atrás do que o universo realmente é, não do que nos faz sentir bem.
Uma das grandes revelações da exploração espacial é a imagem da Terra, finita e solitária acomodando toda a espécie humana através dos oceanos do tempo e do espaço.
Talvez as pessoas que se satisfazem com apenas algumas horas de sono à noite sejam os precursores de uma nova adaptação humana que aproveitará integralmente todas as 24 horas do dia.
Eu, de minha parte, confesso abertamente que invejo tal adaptação.
Para mim, é muito melhor compreender o universo como ele realmente é do que persistir no engano, por mais satisfatório e tranquilizador que possa parecer.
A idéia de que Deus é um gigante barbudo de pele branca sentado no céu é ridícula. Mas se, com esse conceito, você se referir a um conjunto de leis físicas que regem o Universo, então claramente existe um Deus. Só que Ele é emocionalmente frustrante: afinal, não faz muito sentido rezar para a lei da gravidade!
Nós somos feitos de poeira de estrelas.
Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você.
Estamos irrevogavelmente em um caminho que nos levará às estrelas. A não ser que, por uma monstruosa capitulação ao egoísmo e à estupidez, acabemos nos destruindo.
Nós somos uma maneira do Cosmos conhecer a si mesmo
O que é mais assustador?
A ideia de extraterrestres em mundos estranhos,
ou a ideia de que, em todo este imenso universo,
nós estamos sozinhos?
Se não existe vida fora da Terra, então o universo é um grande desperdício de espaço.
A ausência da evidência não significa evidência da ausência.
O cérebro é como um músculo. Quando pensamos bem, nos sentimos bem.
Um livro é a prova de que os homens são capazes de fazer magia.
Existem muitas hipóteses em ciência que estão erradas. Isso é perfeitamente aceitável, eles são a abertura para achar as que estão certas.
Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar.
Às vezes acredito que há vida em outros planetas às vezes eu acredito que não. Em qualquer dos casos, a conclusão é assombrosa.
E se o mundo não corresponde em todos os aspectos a nossos desejos é culpa da ciência ou dos que querem impor seus desejos ao mundo?
A vida é apenas uma visão momentânea das maravilhas deste assombroso universo, e é triste que tantos se desgastem sonhando com fantasias espirituais.
O primeiro pecado da humanidade foi a fé; a primeira virtude foi a dúvida.
A História está repleta de pessoas que, como resultado do medo, ou por ignorância, ou por cobiça de poder, destruíram conhecimentos de imensurável valor que, em verdade, pertenciam a todos nós. Nós não devemos deixar isso acontecer de novo.
O universo não foi feito à medida do ser humano, mas tampouco lhe é adverso: é-lhe indiferente.